Querido(a) cachaceiro(a) do meu coração,
Se você leu a última newsletter, sabe que depois da minha viagem a Portugal eu fui direto ao Brasil, onde participei de um projeto que considero um dos mais importantes desde que iniciei minha jornada como Frau Cachaça: a de ser uma das juradas do Guia do Mapa da Cachaça.
Não vou entrar em mais detalhes a respeito do projeto, pois isso foi assunto da semana passada. Porém, se você quiser reler a newsletter, basta você acessar ao seu email ou entrar no meu blog, neste link, onde todas as newsletters anteriores ainda estão disponíveis.
Acontece que essa degustação colocou o universo da cachaça em polvorosa e tem dado muito o que falar e eu me sinto na obrigação de me pronunciar sobre o assunto.
Afinal, esse não é o primeiro ranking que quer eleger as melhores cachaças do Brasil, e tem muita gente que fez cara feia pra isso. Se você não sabe do que estou falando, temos o Ranking da Cúpula da Cachaça que eu respeito – e aliás divulgo muito – que é feito há cada dois anos. E novamente, se você quiser saber mais sobre isso, volte nas newsletters anteriores pois lá eu já mencionei o ranking inúmeras vezes.
Durante a degustação um dos colegas fez um vídeo mostrando o método que estávamos utilizando e isso causou, como mencionei, muita polêmica. Portanto eu decidi, na Newsletter de hoje, publicar o link do vídeo para você. Clica aqui pra ver como foi!
A questão é: um método não anula o outro e na minha opinião, o Guia do Mapa da Cachaça é apenas mais uma ferramenta que servirá pra auxiliar os próprios produtores a aprimorar ainda mais o seu trabalho e até mesmo os consumidores finais na hora de tomar a decisão da compra da sua cachaça. É tudo em prol da cachaça, não é uma questão de egos. Eu, portanto, apoio ambas as iniciativas e se o Ranking da Cachaça um dia quiser me chamar pra fazer parte do mesmo, eu aceitarei com o maior prazer! (apesar de saber que tem gente que não quer me ver por lá de maneira alguma hahahahaha)
Até por quê, as pessoas que faziam parte do corpo de jurados eram super diferentes: tinha gente da cachaça, da cerveja, do café, do mel, da gastronomia, do vinho, etc… o que causou muita discussão entre a gente, mas também muito aprendizado. Cada degustação era uma aula!
Ao todo, cada um de nós experimentou aproximadamente 200 amostras de cachaças que foram enviadas para a degustação. O método foi bem internacional e procede com a maneira que aprendi e tenho trabalhado aqui na Europa, algo “standard”, o que é bom, pois facilita demais na hora de falarmos da cachaça em um âmbito mais internacional. É importante que um degustador saiba o que significa ter um corpo médio -/+, aromas, etc…
O que me chamou a atenção foi que, ao contrário das fichas quilométricas de papel, usamos um software desenvolvido apenas para as avaliações, o que nos ajudou a obter resultados em questões de minutos. Assim, podíamos avaliar se estávamos no mesmo patamar, quanto tempo levava para degustar uma amostra, médias.. agora, diz pra mim: o que isso tem de ruim?
No método em si, nada. Porém, nem tudo são rosas. Devemos olhar para esse tipo de coisa com atenção. Fui jurada de vinho algumas vezes e eu já compartilhei com você um episódio do meu Podcast que gostaria de compartilhar novamente: o lado B dos concursos internacionais que quase ninguém menciona.
A degustação do Mapa da Cachaça foi um concurso internacional? Não, a intenção era realmente ajudar a escolher as melhores cachaças do Brasil, fortalecer o mercado e publicar um livro com o projeto, enaltecendo assim a cachaça. Mas a reflexão vale a pena.
Aproveito deixar o link pra você escutar o episódio! Tendo dito isso, espero que tenho compartilhado minha opinião sem ferir ninguém.
E você agora tem duas newsletters, um vídeo e um episódio de Podcast pra ouvir e entender o que estou falando e formar a sua própria opinião.
Pegue sua cachaça preferida e vem comigo!
Ótimo fim de semana prolongado para todos nós,
Beijinhos etílicos da Frau Cachaça