03.11.2023

Cachaça com Prosecco

Querido cachaceiro, querida cachaceira do meu coração,

Chegamos à terceira semana de nossa mentoria e tenho falado muito sobre a importância de elevarmos a cachaça a um patamar mais alto do que o qual estamos acostumados. Nada contra aquele torresmo com cachaça no bar da esquina – aliás, essa programação é obrigatória quando vou ao Brasil – mas como estou acostumada a trabalhar com clientes na Europa, eu entendo a necessidade de tentarmos encaixar a nossa bela “marvada” na mesa dos europeus.

Por isso, gostaria de compartilhar com vocês um jantar bem gostoso que fui na terça-feira de Halloween. O chef brasileiro Kias, do Kias Kitchen, desenvolveu um menu de 5 pratos chamado “latino” com um outro chefe chileno, do Restaurante Zoom. E para minha surpresa, a sobremesa foi harmonizada com um coquetel simples, porém super requintado.

A sobremesa levava maracujá, manga, milho violeta e chocolate – ingredientes típicos encontrados em ambos os tipos de culinária. E esse delicioso prato foi harmonizado com uma cachaça envelhecida em bálsamo que foi infusionada com baunilha. O coquetel era servido em taças de espumante, completado com prosecco fresco e geladinho.

Tendo dito isso, lembro do dia que um seguidor começou a discutir comigo em um post por que ele está convencido que “cachaça não é bebida de mesa”. Ele ainda recomendou que eu o seguisse, já que aparentemente estou mal informada a respeito do consumo apropriado da cachaça. E agora fica a reflexão: não está na hora de reciclar o conhecimento e abrir a mente para pratos, sabores e experiências sensoriais novas que vão além do que estamos acostumados?

O que você acha?

Beijos etílicos.

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