Cachaceiro e cachaceira do meu coração.
Eu sempre gostei muito de ler, desde quando era menina. Até hoje eu sempre tenho um livro a minha cabeceira e recebo livros de presente. Ontem a noite, em busca de informação e de um “detox” digital, levei pra cama um pequeno livro chamado “Serendipidy” que herdei de um amigo que se foi no início do ano.
Serendipidy, em inglês, “significa” serendipidade, ou um feliz acaso, em português. Essa palavra foi criada no século XVI pelo autor Horace Walpole e foi retirada de um conto chamado “The Three Princes of Serendip”, personagens estes que fariam descobertas acidentais por serem muito sagazes e criativos.
Sabe quando você encontra uma forma inusitada de lidar com uma situação e acaba descobrindo algo novo? Tipo como a criação do tão conhecido “post it”: juntamos um papelzinho pra fazer anotações com um pouquinho de cola que pode até ser reaproveitado (que prático!) e pronto! nasce o “post it”. Patente aqui e acolá e pronto. A pessoa que inventou fica rica. Veja bem, não se trata de inventar a roda. Basta encontrar um significado novo para algo que já existe, como o papel e a cola, e ser feliz.
Este livro tem sido muito gostoso de ler e é uma verdadeira motivação que nos convida a pensar fora da casinha. E isso é importante quando temos um negócio, sabe?
Ele é dividido em micro capítulos com no máximo três páginas sobre invenções e descobertas muito conhecidas no mundo inteiro e ontem eu me deparei com a história da descoberta do comércio com a baunilha.
Sim, baunilha. Sabe, aquele aroma tão presente no carvalho francês usado no envelhecimento da cachaça e de outros destilados tão conhecidos mundialmente? A vanilina, aliás, é um dos primeiros aromas com o qual nós humanos entramos em contato, pois ele está presente no leite materno. E é por isso que eu sempre apresento cachaça envelhecida em carvalho para pessoas que não conhecem cachaça de qualidade aqui na Europa.
Em algum ponto da história no século 19, havia em La Réunion, uma ilha que fica no Oceano Índico e que faz parte da França, um escravo negro que se chamava Edmond Albius.
Edmund ficava fascinado com as orquídeas que a baunilha, oriunda do México, dava e sempre tentava fazer que essas orquídeas carregassem fruto, a famosa fava de baunilha, mas nunca conseguia. Até que um dia ele resolveu utilizar um manual usado em melancias o que resultou na polinizacão manual que é usada até hoje. Usando seu método, ele pôde plantar um montão de baunilha, que era muito apreciada pelo mercado europeu, porém era extremamente rara, pois até aquele ponto apenas os povos originários do México, ou pessoas riquíssimas, tinham acesso a ela.
E isso, minha gente, foi o início da comercialização da baunilha natural no mundo. Infelizmente, Edmond morreu quase no anonimato apesar de ter sido a pessoa responsável por tal façanha.
Imagina só, ficar lá anos “cutucando” uma flor e esperando que ela dê frutos? A ele foi ao menos concedida a liberdade por conta do seu feliz acaso, sua descoberta criativa.
E falando em baunilha e os aromas, sabe ao que mais que o aroma da baunilha me remete? A BOLO DE ANIVERSÁRIO!
E no dia 26 de junho eu comemoro 38 anos. E lógico que essa data querida será comemorada com bolo, não é mesmo? Ebaaaaa!