Querido cachaceiro e cachaceira do meu coração.
Há algumas semanas eu fiz um evento que sobrou muito suco de limão. Detesto desperdícios e perguntei algumas pessoas do ramo o que eu poderia fazer com tudo aquilo, já que jogar coisa fora é algo que eu abomino. Uma dessas pessoas que eu escrevi foi o Mestre Derivan. Ele já estava em Portugal por causa do Concurso do Rabo de Galo e íamos nos encontrar dentro de alguns dias, porém o falecido Mestre sempre foi muito cortês e sempre respondeu minhas mensagens.
Se o Mestre Derivan estivesse vivo, eu certamente teria escrito novamente para ele. É tempo de flor de sabugueiro aqui na Áustria, e eu colhi uns ramos para fazer xarope e geleia.
Se você trabalha com coquetelaria, certamente conhece o xarope da flor de sabugueiro da Monin – ou “elder flower“, em inglês. Mas talvez você nunca tenha visto estas florzinhas ou até já tenha visto, mas as ignorou. A flor de sabugueiro é uma florzinha bem pequena e ela vem em ramalhetes bem grandes, tipo os que a hortênsia forma. Seu perfume lembra muito frutos tropicais, o maracujá, limão. Seu aroma também pode ser identificado em vinhos brancos frescos e na perfumaria.
Mestre, essa newsletter eu dedico ao senhor. Esta semana colhi uns ramos de flor de sabugueiro e fiz um xarope. Afinal nada se desperdiça na coquetelaria de resultados, não é mesmo?
Xarope de flor de sabugueiro
750ml água
500ml suco de maçã
1 kg açúcar
2 limões tahiti
uns 10 ramos de flor de sabugueiro
Peguei um pote hermético bem grande. Adicionei as flores, o limão cortado em rodelas, a água, o açúcar. Fechei e deixei lá infusionando por 4 dias. De vez em quando eu dava uma chacoalhada no vidro pra misturar tudo.
Depois de quatro dias, eu coei a mistura e a fervi um pouco. Achei doce demais, e também quero que o xarope dure bastante, então adicionei um pouco de ácido cítrico, uma colherzinha de chá, pra torna-lo mais durável. Envasei em garrafas limpas, que também fervi. Minha colheita rendeu uns dois litros.
O que eu farei com isso? Bom, pode-se fazer coquetéis, mas também refrescos, sobremesas… enfim, o céu é o limite.
Eu com certeza irei criar um coquetel para isso.
Viva ao Rabo de Galo. Viva ao Mestre Derivan. Viva a cachaça.