17.05.2024
Diário de Bordo da Frau Cachaça
Querido(a) cachaceiro(a) do meu coração,
De uma semana pra cá aconteceu muita coisa boa em nosso universo cachaceiro. Não sei se você pôde acompanhar, mas eu estive em Portugal por uma semana. Fui contratada pela Cachaça Matriarca para fazer duas MasterClasses com degustação, uma no Porto na Cachaçaria Ponto Bar e a outra em Lisboa, no Copa.
Ambos estabelecimentos de brasileiros que tem a mesma filosofia de vida que a minha, a de espalhar cachaça de alambique na Europa. Apesar da correria toda, foi um imenso prazer fazer parte dessa empreitada, que contou com a presença de alguns rostos já conhecidos e influentes no ramo em Portugal.
Logo após isso, visitei o Lisbon Bar Show durante dois dias e lá reencontrei muitos amigos e colegas do ramo. Retornar a Portugal é sempre um grande prazer e eu me senti, mais uma vez, bem acolhida. Para minha surpresa eu conhecia bastante gente e foi engraçado saber que mesmo não trabalhando em Portugal, que acabei me tornando uma figurinha marcada por lá. Me senti em casa.
Interessante foi acompanhar o trabalho do Mundo da Cachaça e também da Casa Cachaça, que levaram a bandeira brasileira com muito orgulho durante a feira. Caio Baller arrebentou com o Guest shift e, pelo que eu fiquei sabendo, eles deram um show durante a MasterClass – que eu perdi, po estava no trem, a caminho do Porto para Lisboa.
Por fim, minha estadia em Portugal se acabou após seis dias, para a felicidade dos meus pés e do meu fígado, que tiveram muito o que fazer ultimamente. Mas não retornei a Viena.
Sim, estou em Sorocaba, onde a saga continua. Estou fazendo parte de um projeto grande e maravilhoso relacionado a cachaça de alambique, porém ainda não tenho permissão para compartilhar com você, o que me deixa um pouco chateada. Mas tudo bem. Logo isso irá mudar, portanto, fique de olho nos meus conteúdos.
Para fechar esta newsletter semanal, gostaria de compartilhar a receita do coquetel que ofereci em Portugal ao fechar minhas MasterClasses. Batizei esse coquetel de Soraia, em homenagem a uma prima minha que faleceu este ano, mas que adorava uma festa. Durante minha última vinda ao Brasil estivemos juntas na virada no ano. Era época de jaca, e passamos aquelas festividades em família cercados de parentes, churrasco, cachaça e muita cerveja.
Mal sabíamos que um mês após as festividades, ela receberia a notícia que estava doente e não lhe restava muito tempo em vida. Mas como Soraia era muito festeira e alegre, ela merece ser celebrada assim, com um coquetel que irá estrear, aliás, em dois bares de Portugal, com minha assinatura.
E aqui vai a receita:
Soraia
60 ml de cachaça Jaqueira da Matriarca – infusionada em Nib de cacau meio amargo
15 ml de suco de limão siciliano
15ml de oleum saccharum de laranja quincã caseiro
Solução salina
Modo de preparo:
No mixing glas com gelo. Servir com gelão em tumbler de whisky
Decoração:
Gengibre desidratado no palito.
Caso você queira entender os pormenores do coquetel e como fazer a infusão ou o oleum saccharum, pode me enviar uma mensagem que terei prazer de explicar! A combinação da jaca com Nib de chocolate deixa o coquetel delicioso. O gengibre espetadinho no palitinho serve também para mexer o coquetel, o que adiciona uma terceira dimensão e mais textura ao coquetel. E assim era Soraia: doce, complexa e ardente.
Por enquanto, encerro aqui esse diário de Bordo. Mas fique de olho, porque semana que vem tem mais!
Beijos etílicos!