A SUA NEWSLETTER CACHACEIRA

21.06.2024

Um tastevin para chamar de meu

Querida(o) cachaceira(o) do meu coração,

Enfim, finalmente me tornei uma Sommelière certificada na Áustria!

Que grande presente de aniversário de mim pra mim mesma: estou encerrando 38 anos de vida com mais uma experiência dessas na conta.

Entrei no curso em janeiro e confesso que entrei de salto alto. Jamais imaginei que fosse ser tão difícil e fui bem arrogante. Afinal, pra quem tá no diploma WSET, o que é uma coisinha como a Áustria?

Foram:

💪 três meses de curso;
💪 um tcc onde tive que desenvolver um restaurante fictício com menu completo e uma carta de vinhos com no mínimo 100 posições;
💪 uma prova escrita de quatro horas que envolve tudo o que você pode imaginar. E eu usei todos os minutos que tinha…
💪 uma prova oral de vinte minutos;
💪 uma prova escrita a mais por que fiquei de recuperação ❤️‍🩹🫣
💪 prova oral com menu degustação surpresa a ser harmonizado com vinhos que você colocou na sua carta do tcc;
💪 uma prova prática de serviço de mesa.

Tô me sentindo? Tô! Teve muita gente, inclusive daqui, que não conseguiu concluir o curso, nem chegou a prova oral final. Só quem é imigrante sabe o peso disso aí! Agora, que comecem as comemorações 🥳

Ps.: o Tastevin é o símbolo do sommelier. É uma tacinha que os sommeliers usavam antigamente para degustar os vinhos durante seus expedientes. Essa insígnia aí só recebe quem passa em tudo e recebe o certificado. Agora basta aceitar o convite para entrar na Associação Austríaca de Sommeliers

Neste momento estou de malas prontas a caminho do Brasil.

Ué, mas de novo, Frau Cachaça?

Sim! Retornei de São Paulo há três semanas mas nem deu tempo de respirar e já estou voltando. Mas minha viagem anterior foi a trabalho, como você já leu nas duas últimas newsletters. Agora é hora de descansar a cabeça, por que o segundo semestre de 2024 vem chegando com muita NOVIDADE. Sim, isso foi um SPOILER.

Depois de quase dois anos sem pisar no Brasil, decidi que estava na hora de retornar pra passar umas boas férias recarregando as baterias em Sorocaba e passar meu aniversário entre os meus amigos e familiares. Além disso, junho e julho é época de festa junina – que eu amo demais – e coincidentemente, época da BCB de São Paulo e também da Expo Cachaça na saudosa “Belzonte”.

Porém, por mais engraçado que essa programação possa soar, eu tive que me segurar e agendar logo uma semana pra descansar e colocar as ideias em ordem.

Bem, teoricamente… sabe onde eu decidi passar uma semaninha de férias pra me desligar? Em Paraty… e adivinha o que tem em Paraty? Muita cachaça, muito alambique. Eu conto ou você conta?

Bem, já aviso que durante as próximas três semanas minhas redes sociais estarão repletas de Stories com passeios etílicos, culturais, cachaça, coquetéis, praia. Chato, né?

Ps.: Meu aniversário é dia 26! E se você está se perguntando quantos anos eu tenho, sou da safra de 1985… faz as contas aí!

Beijos etílicos!!!

14.06.2024

Cachaceiro(a) do meu 💓

Cachaceiro(a) do meu 💓,

Você já parou pra pensar de onde vem este bordão da Frau Cachaça?

Eu costumo chamar meu seguidores assim, de “cachaceiro(a) do meu coração 💓” por dois motivos.

O primeiro deles, que é o mais óbvio, é que cachaça de alambique é feita somente do coração, ou seja, a melhor fração depois destilação. Assim como no processo de produção de qualquer destilado de qualidade que se preze, existe um corte da cabeça (os primeiros litros que saem depois da destilação) e da calda (os últimos litros após a destilação). Estes litros contém substâncias impróprias para o consumo e são usadas de outra maneira ou simplesmente descartadas. O que sobra é o coração. Como Bruno Videira, do Viva Cachaça diz, “cachaça é coração”.

O segundo motivo é mais romântico ainda. Pra sentir o clima, convido você a fazer uma viagem ao tempo comigo. Sabe “Trem das Onze”, do Adoniran Barbosa? Então, liga esse som aí, pega sua cachaça preferida e vem comigo…

Fui uma daquelas netas que passava as férias nas casas dos avós e teve que aprender a lidar com as vizinhas fofoqueiras desde cedo. A casa da minha vó ficava num bairro operário na Zona Leste de São Paulo e a rua era cheia de imigrantes europeus. Era uma daquelas casas fofinhas com caquinhos de azulejo vermelhos, amarelos e pretos na entrada. Ela cheirava a macarronada, pudim de leite condensado e… CACHAÇA.

Minha avô materna era uma matrona durona e tinha um humor mais ácido, e eu a adorava e sentia medo dela ao mesmo tempo. Ela curtia uma cervejinha e um bom papo e cheirava a leite de rosas. Meu avô paterno foi um avô maravilhoso: brincalhão, sempre bem humorado e cachaceiro de carteirinha. Típico italianinho, vivia de calça social, suspensório e um chapéu na cabeça, foi com ele que eu aprendi a gostar de Pica-Pau e a gostar de chorinho. Foi ele que me ensinou que a cachaça serve “para abrir o apetite” e como digestivo. E também foi com ele que eu experimentei Cynar pela primeira vez.

Ele também era muito carinhoso com os cinco netos e a gente podia fazer de tudo na casa deles. Meu avô nos recebia de braços abertos com um sorriso delicioso na porta da casa deles com o chorinho berrando de lá da sala. Assim que descíamos do carro ele já gritava bem alto “Lêêê do coraçããão” – coisa fofa, né? Soa familiar pra você, cachaceiro(a) do meu coração?

E assim ficou. Uma verdadeira prova de amor.

Deixo com você, cachaceiro(a) do meu coração, uma foto do acervo da minha família dessas duas pessoas que foram tão especiais pra mim, meus avós paternos dando um beijinho.

Nesta semana em que comemoramos o Dia dos Namorados e Dia de Santo Antônio no Brasil, gostaria de propor um brinde ao amor: ao amor entre avós e netos, entre amigos, entre apaixonados. Viva o amor! 💓

Beijinhos etílicos e apaixonados da Frau Cachaça

31.05.2024

O vídeo que está dando o que falar

Querido(a) cachaceiro(a) do meu coração,

Se você leu a última newsletter, sabe que depois da minha viagem a Portugal eu fui direto ao Brasil, onde participei de um projeto que considero um dos mais importantes desde que iniciei minha jornada como Frau Cachaça: a de ser uma das juradas do Guia do Mapa da Cachaça.

Não vou entrar em mais detalhes a respeito do projeto, pois isso foi assunto da semana passada. Porém, se você quiser reler a newsletter, basta você acessar ao seu email ou entrar no meu blog, neste link, onde todas as newsletters anteriores ainda estão disponíveis.

Acontece que essa degustação colocou o universo da cachaça em polvorosa e tem dado muito o que falar e eu me sinto na obrigação de me pronunciar sobre o assunto.

Afinal, esse não é o primeiro ranking que quer eleger as melhores cachaças do Brasil, e tem muita gente que fez cara feia pra isso. Se você não sabe do que estou falando, temos o Ranking da Cúpula da Cachaça que eu respeito – e aliás divulgo muito – que é feito há cada dois anos. E novamente, se você quiser saber mais sobre isso, volte nas newsletters anteriores pois lá eu já mencionei o ranking inúmeras vezes.

Durante a degustação um dos colegas fez um vídeo mostrando o método que estávamos utilizando e isso causou, como mencionei, muita polêmica. Portanto eu decidi, na Newsletter de hoje, publicar o link do vídeo para você. Clica aqui pra ver como foi!

A questão é: um método não anula o outro e na minha opinião, o Guia do Mapa da Cachaça é apenas mais uma ferramenta que servirá pra auxiliar os próprios produtores a aprimorar ainda mais o seu trabalho e até mesmo os consumidores finais na hora de tomar a decisão da compra da sua cachaça. É tudo em prol da cachaça, não é uma questão de egos. Eu, portanto, apoio ambas as iniciativas e se o Ranking da Cachaça um dia quiser me chamar pra fazer parte do mesmo, eu aceitarei com o maior prazer! (apesar de saber que tem gente que não quer me ver por lá de maneira alguma hahahahaha)

Até por quê, as pessoas que faziam parte do corpo de jurados eram super diferentes: tinha gente da cachaça, da cerveja, do café, do mel, da gastronomia, do vinho, etc… o que causou muita discussão entre a gente, mas também muito aprendizado. Cada degustação era uma aula!

Ao todo, cada um de nós experimentou aproximadamente 200 amostras de cachaças que foram enviadas para a degustação. O método foi bem internacional e procede com a maneira que aprendi e tenho trabalhado aqui na Europa, algo “standard”, o que é bom, pois facilita demais na hora de falarmos da cachaça em um âmbito mais internacional. É importante que um degustador saiba o que significa ter um corpo médio -/+, aromas, etc…

O que me chamou a atenção foi que, ao contrário das fichas quilométricas de papel, usamos um software desenvolvido apenas para as avaliações, o que nos ajudou a obter resultados em questões de minutos. Assim, podíamos avaliar se estávamos no mesmo patamar, quanto tempo levava para degustar uma amostra, médias.. agora, diz pra mim: o que isso tem de ruim?

No método em si, nada. Porém, nem tudo são rosas. Devemos olhar para esse tipo de coisa com atenção. Fui jurada de vinho algumas vezes e eu já compartilhei com você um episódio do meu Podcast que gostaria de compartilhar novamente: o lado B dos concursos internacionais que quase ninguém menciona.

A degustação do Mapa da Cachaça foi um concurso internacional? Não, a intenção era realmente ajudar a escolher as melhores cachaças do Brasil, fortalecer o mercado e publicar um livro com o projeto, enaltecendo assim a cachaça. Mas a reflexão vale a pena.

Aproveito deixar o link pra você escutar o episódio! Tendo dito isso, espero que tenho compartilhado minha opinião sem ferir ninguém.

E você agora tem duas newsletters, um vídeo e um episódio de Podcast pra ouvir e entender o que estou falando e formar a sua própria opinião.

Pegue sua cachaça preferida e vem comigo!

Ótimo fim de semana prolongado para todos nós,

Beijinhos etílicos da Frau Cachaça

24.05.2024

Projeto Guia Mapa da Cachaça

Querido cachaceiro (a) do meu coração,

Ah, finalmente eu posso contar pra você um segredo que tenho guardado a 7 chaves debaixo do meu peito.

Se você tem se perguntado por que eu vim direto de Lisboa pro Brasil ao invés de voltar pra casa, agora eu vou te contar. Fui convidada para participar de um projeto muito legal, o Guia Mapa da Cachaça. Este projeto reúne um time seleto de 10 profissionais altamente especializados em diferentes bebidas, que se reunirão de 23 a 25 de maio em São Paulo para uma iniciativa inovadora.

E adivinha quem foi convidada pra fazer parte desse grupo seleto de degustadores? Euzinha! 😃😃😃

Sobre o Projeto

O Mapa da Cachaça é uma iniciativa colaborativa que visa celebrar e documentar a rica diversidade da cachaça brasileira. Durante três dias intensos de trabalho e degustação, os especialistas irão avaliar e catalogar uma ampla variedade de cachaças, contribuindo para a criação de um guia definitivo sobre a bebida.

Parceria de Sucesso

Estamos orgulhosos de anunciar que o resultado deste esforço será publicado no Guia do Mapa da Cachaça, em parceria com o Senac São Paulo. Este livro, que será lançado no segundo semestre, promete ser uma referência essencial para os amantes da cachaça e profissionais da área.

Time de Especialistas

O time é composto por 10 profissionais renomados, cada um trazendo sua expertise única para o projeto. Entre esses especialistas, tenho a honra de participar como Sommelière e especialista em cachaça na Europa. A diversidade de nossas experiências garante uma abordagem abrangente e detalhada sobre a cachaça.

Cronograma do Projeto

Datas do Encontro: 23 a 25 de maio

Local: São Paulo

Publicação do Guia: Segundo semestre de 2024

Impacto e Benefícios

Este guia não apenas celebra a cachaça como patrimônio cultural do Brasil, mas também serve como um recurso educacional valioso para consumidores e profissionais em todo o mundo. Estamos comprometidos em promover a cachaça, aumentando sua visibilidade e reconhecimento global.

Como Você Pode Acompanhar

Fique de olho em nossas atualizações e anúncios:

Site do Mapa da Cachaça: www.mapadacachaca.com.br

Redes Sociais: @‌mapadacachaca

E é claro que eu vou contar tudinho aqui na Newsletter e nas minhas redes sociais também!

Juntos, estamos criando um legado duradouro para a cachaça brasileira. É a marvada conquistando cada vez mais seu lugar ao sol!

Beijos etílicos!

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