05.07.2024

Diário de Bordo da Frau Cachaça - Parte I

Querida(o) cachaceira(o) do meu coração,

Desde minha última Newsletter muita coisa aconteceu. O quentão que fizemos semana passada foi sucesso e agradou a todos. Porém, no dia seguinte chegou a hora de partir para São Paulo.

Vida de imigrante não é fácil, e como eu posto muita coisa legal e compartilho minhas aventuras cachaceiras com muito bom humor, as vezes passa despercebido para as pessoas o quanto é difícil nos despedirmos das pessoas que amamos, sem saber se voltaremos a vê-las em breve ou não.

E foi assim que dei um beijo em meus pais e fui pra São Paulo, o coraçãozinho apertado por ter que me despedir da minha família, mas ansiosa pelos eventos que estariam por vir.

Sou formada em Hotelaria e vivo numa das cidades mais turísticas do mundo. Para mim, pernoitar em algum lugar as vezes significa muito mais do que o simples ato de dormir. As vezes,  o que a gente quer mesmo é viver uma experiência, e foi assim que fui atrás de um Airbnb no Edifício Copan, bem no coração do centro da capital paulista.

Eu queria que meu marido conhecesse melhor São Paulo e também entrasse em contato com minhas raízes. Durante nossa estadia de quatro dias naquele prédio icônico, ele experimentou pão na chapa com pingado, sanduíche de mortadela, me acompanhou na Galeria do Rock, comeu bobó de camarão na Rota do Acarajé comigo e com minha família, comemorou meu aniversário no Madame Satã comigo e com meus amigos – aliás, que rolê! Foi no Madame que comemorei meu aniversário de 18 anos um pouco antes de sair do Brasil hehehhe – foi em um bar estilo Speak Easy, bebeu café no Café Floresta (lugar que fui várias vezes com meu avô durante minhas férias) e jantou até no Bar da Dona Onça, da Janaina Rueda – eleita a melhor Chef do Mundo pouco tempo atrás.  Detalhe, estes últimos dois estabelecimentos aqui citados ficam no térreo do próprio Copan! Show de bola, né?

Mas não fui pra Sampa somente para isso. Isso foi apenas o complemento. Na realidade eu estava curiosa para visitar a versão brasileira da maior feira de coquetelaria, a BCB. Após ter ido visitar a edição em Berlim ano passado, achei que fosse legal ter uma ideia de como as coisas funcionam no Brasil e este ano, a edição foi organizada pelo Bartender Rafael Maricachi, famoso mixologista paulista e sócio do Edith Bar.

Não tenho como comparar a BCB SP de 2024 com a de Berlim e nem com as Edições anteriores, mas escutei muita coisa boa e ruim a respeito. Estranho mesmo foi a ausência da participação de grandes marcas durante o evento.

Eu sinceramente não estava lá pra beber Campari (que aliás estava impossível de tão grande que era a fila), portanto fiz aquilo que eu me propus: reencontrei com amigos, colegas de profissão e prestigiar as cachaças que estavam lá. Foi um grande prazer ter finalmente conhecido pessoalmente alguns rostos que eu conhecia apenas através de mensagens e das redes sociais… e para a minha surpresa, muita gente veio falar comigo, elogiando meu trabalho.

Sério, quem não curte isso? Eu fiquei extremamente surpreendida com o número de pessoas que me abordavam e que eu mal fazia ideia de quem eram. E isso significa uma coisa: alguma coisa de muito certo eu estou fazendo, não é mesmo?

Depois de muita aventura na selva de concreto paulista, fizemos as malas e saímos (tudo isso de carro, tá?) com destino a Tiradentes em Minas Gerais! Eita, trem bão! Queríamos pernoitar tranquilos numa cidade do interior, então novamente eu fui atrás de uma experiência nova e encontrei um Airbnb fofo, numa daquelas casinhas históricas mineiras.

Quem conhece a estrada sabe que o rolê é ruim mesmo e demoramos pra chegar. Como tinha que estar no dia seguinte em Belo Horizonte para ser jurada no Cachaça Classics, tivemos tempo somente de jantar, dormir, tomar um café da manhã delicioso no centro histórico e novamente fecharmos as malas e partir rumo a capital mineira.

Chegamos ontem em Belo Horizonte e – dessa vez sem querer querendo – eu acabei reservando um Airbnb em um outro prédio icônico, o Edifício Maletta. Juro, o que eu queria era um lugar perto do Mercadão e novamente acabei acertando em cheio!

Me arrumei correndo e fui rumo ao Cachaça Classics no Alvorada Bar. Esse concurso começou a ser idealizado por Fábio Freitas após a treta que deu com a família do Mestre Derivan e foi muito bem organizado. O corpo de jurados consistia em um jurado técnico que seria acompanhado por um jurado sensorial. Enquanto o jurado técnico cronometrava tempo, observava as técnicas usadas e a utilização dos utensílios de bar, o outro focava mais nos aromas e sabores, se o coquetel era balanceado, coisas do tipo.

Para minha felicidade, eu como jurada técnica fui acompanhada por Pedro Fajardo, a mesma voz que vocês conhecem do quadro DezEnCana do meu Podcast. O concurso foi em um bar delicioso, o Alvorada, e como todo concurso, teve muito Bartender nervoso, coquetéis maravilhosos e horríveis mas também teve muita risada e bom humor. Mineiros. Povo gente boa pra caramba.

E é neste momento que eu interrompo essa longa Newsletter. Hoje é dia de feijoada beneficente e Expo Cachaça. Mas isso vai dar pano pra manga somente semana que vem.

Beijos etílicos,

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